quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Flor

Uma luz me puxa para as profundezas de seus olhos, dos seus sorrisos, de cada lembrança feliz. Me vejo cercada por arames farpados que impedem as cores de entrar, não consigo sentir nada além da dor em meu peito. Sinto sua falta e sempre senti, porém eu achei que poderia acabar com ela, mas é tarde para isso. Vejo um brilho ao longe me liberto dos arames, mas eu não consigo chegar perto das cores, sou puxado para a escuridão do meu coração.
Pássaros estão ao redor do meu corpo, sinto frio. Tento tocar minha pele, mas meus braços não me obedecem. Onde foram parar as cores, os sorrisos, cadê a luz? Ela virou um vão. Meu coração se despedaçou. Eu vi uma flor brotar no deserto e ela simplesmente não aguentou o calor e se foi. Fico me culpando por não a ter regado, por não ter dado os cuidados certos. Se eu soubesse... Eu tinha que ter dado a ela o valor que ela merecia, ter a incentivado mais.
Sonhos acabaram, uma luz se apagou. Queria voar, ela queria ser livre. A vida prega algumas peças que nos fazem refletir e é sobre isso que penso aqui no escuro, sobre como tudo pode mudar e alterar tão rápido. Aperto os meus olhos e no fundo vejo um clarão, uma voz de anjo. O que pode ser isso? Sim, está é a minha liberdade, posso voar agora. As cores estão de volta, infelizmente a minha flor não pode mais as vê, mas sei que no meu caminho ela vai sempre estar por perto, porque uma de suas pétalas grudou no meu dedo e agora a levarei comigo como uma irmã siamesa. Toda vez que eu achar que estou me perdendo em meu caminho, vou te olhar em meu dedo e pedir sua ajuda, porque agora eu tenho uma protetora.

Te amo muito, meu anjo. Que você esteja com Deus! Em memória de Letícia Fontoura 04/07/98 - 22/10/13

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