quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017
Fui um observador durante muito tempo, mas quando tantas injustiças são cometidas, é o momento de levantar a voz e tomar atitudes. Doeu cada barulho que ouvi, foi como tiros entrando em meu peito, até que a dor sumiu e a ira tomou conta de mim. Pela primeira vez não tive medo dele. Ele me ouviu, pela primeira vez analisava o que eu gritava. Talvez isso o inspire ou tudo tenha sido em vão. Cada palavra saia com ardência de minha boca, foram coisas guardadas por anos. Até que ela se meteu e cuspiu o seu veneno, falando de tudo como se fosse a dona da verdade e pisando no meu calo. Porém, nem mesmo com medo de ser violentada de novo, eu falei a ela tudo que queria dizer. Hoje sei porque a falsidade é comparada com uma cobra. As duas rastejam e esperam lentamente a hora de dar o bote. Quando se vive assim durante toda a sua vida e tentar esconder, tudo transborda e sai em forma de lágrimas: a dor, a raiva e a saudade. Eu tive vontade de dizer a ele a falta que me faz, entretanto não senti que ele merecia isso vindo de mim. Afinal, um homem não pode ser tão cegado por uma mulher, uma parte dele sabe a verdade e caso não saiba hoje soube com os meus gritos. Quando sai de lá precisava de um abraço e um conforto e vi a luz roxa me acomodar. Ela me disse: "você já deveria estar acostumada com isso." Mas a verdade é que eu nunca me acostumei com o abandono, os gritos e a violência. Aquilo me machuca, por mais que eu tente esconder e não lidar com isso. O que mais me deixou triste? Foi ser tratada como uma desconhecida em uma casa tão familiar, foi a falta de afeto da pessoa a quem pedi ajuda, foi a energia da violência e o ódio estampado na cara dela.

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